História

 

O PESCADOR SOLITÁRIO

Um pescador manhã cedo
Puxando o seu barco para o meio do mar
Pescando todo dia sem reclamar
Pesca para se alimentar ele fica cansado
A ntes mesmo de começar
Pois sabe que vai se cansar
Mas nem por isso deixa de trabalhar
No rosto cansado
A pele enrugada do trabalho
A pele queimada pelo sol
No seu olhar
Anos de trabalho
Mas ele tem um amigo
Inseparável
Seu barco
Em volta, água
Grão de areia
No meio da praia.

 

Joseval do Espirito S. Silva Junior, 13 anos
Oficina de Composição Musical 2001
Parceria: POMMAR/Partners/USAID
Professor - Ari Bonfim


 

História


Tudo começou nos Alagados, região que abrange os bairros do Uruguai, Jardim Cruzeiro e Massaranduba, cuja região começou a ser aterrada nos anos 50. Suas características principais são as casas tipo palafitas construídas sobre o mar e ocupadas por famílias de baixa renda com alimentação, higiene e saúde em situação precária.

No final do ano de 1991, a meninada dos Alagados formou uma banda de lata para se divertir, uma vez que na sua comunidade não existia objetos de lazer para ela. Essas crianças, chamaram a atenção de Joselito Crispim, jovem morador e educador de rua, que a eles se uniu e começaram a realizar apresentações em diversos eventos na comunidade, despertando a mesma idéia em outros meninos, o que fez disseminar várias outras bandas de lata, as quais se associaram para formar o Grupo Cultural Bagunçaço.

Com o tempo o movimento cresceu, espalhando-se por outros bairros e até cidades do interior da Bahia. Hoje são 235 atendidos que participam de atividades ligadas a dança, música, reciclagem e preservação do meio ambiente, literatura e cursos profissionalizantes. Acredita-se que aquelas crianças, que deram inicio as batucadas com latas e descargas velhas, inicialmente rejeitadas pelos moradores, apontaram uma opção de fuga da marginalidade quase sempre pré-determinada para a população carente.

Com seu ritmo marcante e sorrisos sinceros, os jovens do GCB disseminaram uma opção de sobrevivência baseada na solidariedade e no sentimento de grupo pautado nas suas próprias manifestações artísticas.

 

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